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7 livros que me marcaram

Na foto faltam os que li em formato digital – A história das coisas e Pequeno tratado do decrescimento sereno.

Há coisas que nos marcam. Às vezes são livros, filmes, até conversas. Hoje vou falar, brevemente, dos livros que me fizeram despertar e questionar aquilo que considerava “normal”. Direta, ou indiretamente, todos estão ligados à sustentabilidade.

Não vou fazer resumos, nem apanhado dos pontos chave. Vou, apenas, referir o que recordo de ter sido mais marcante, para mim.

Seguem pela ordem que os li:

No Logo, Naomi Klein

Este foi o livro responsável por mudar, radicalmente, a minha perspetiva em relação ao mundo e à maneira como nós (ocidentais) vivemos. Na altura, foi mesmo um life-changer. Já li há muitos anos, mas guardo-o desde aí para emprestar.

Basicamente, descreve como as marcas se foram apoderando do mundo e relata as condições das pessoas que trabalham/produzem para elas.

O livro foi publicado, pela primeira vez, em Dezembro de 1999 por isso, a maioria dos dados estão desatualizados, mas, honestamente, acredito que, a maioria das críticas, são bem atuais.

O fim da pobreza, Jeffrey Sachs

Este livro chamou-me à atenção porque li uma entrevista do Valete, a falar dele, e fiquei curiosa. Foi pouco depois de ter lido o No Logo, por isso foi um choque brutal. O autor, tem uma forma de ver as coisas totalmente oposta à Naomi Klein (mesmo oficialmente! lol). E, em grande parte, à minha. No entanto, marcou-me muito. O enquadramento, histórico e geográfico, é muito interessante. A minha noção de privilégio mudou desde aí. Percebi que faço parte dos híper privilegiados do mundo, pelo simples fato de ter nascido onde e quando nasci.

O dilema do omnívoro / Em defesa da comida, Michel Pollan

Li os dois de pancada (adorei o autor!) e reforçaram o que já desconfiava: saudável é comida de verdade. Falo dos dois porque, honestamente, já não distingo bem o que aprendi num e noutro. Depois de ter lido estes livros comecei a mudar de alimentação, percurso que me levou até à alimentação que tenho hoje (flexitariana, maioritariamente plant based). Duas coisas ficaram claras: “não comas nada que a tua avó não reconheça como alimento” e “come pouco, sobretudo plantas” (não sei se as frases são estas, talvez esteja escrito de outra forma, mas as ideias são estas).

Desperdicio Zero, Bea Johnson

Como não podia deixar de ser, o livro que, para tantas pessoas, transformou a questão da sustentabilidade. Com ele, percebi que eu podia fazer alguma coisa. Que mudar uma coisa é melhor que não mudar nenhuma, que uma pessoa (eu) mudar era melhor que ninguém mudar. O livro é muito prático e fala de mudanças acessíveis a quase todos. Se até esta altura, estava sem saber o que fazer (sabia que não concordava com “o normal”, mas estava meio estática) a partir daqui tornei-me ativa.

Cradle to cradle, Michael Braungart e William Mcdonough

Acho que conheci o livro através da bibliografia do livro anterior, não tenho a certeza. Fiquei fascinada. Mudei totalmente o paradigma. Compreendi que há pessoas a fazer coisas de outra forma (mais sustentável) e com sucesso. Que tudo está ligado, que não há descarte correcto de nada porque nada desaparece. Mas, se a produção for bem pensada desde início, o desperdício pode ser “comida” para o planeta. Descobri a economia circular, entre outras coisas que tenho vindo a aprofundar desde aí.

A história das cosias, Annie Leonard

Já tinha visto o vídeo que deu origem ao livro, na altura achei interessante, mas ainda não estava tão desperta. Quando li, foi uma chapada de realidade. Fez-me perceber que tudo tem impacto, que todas as matérias-primas têm de ser extraídas e que, num mundo altamente consumista, essa extracção é tudo menos justa, humana. Nunca mais vi um saco de papel descartável da mesma forma.

Pequeno tratado do decrescimento sereno, Serge Latouche

Uma amiga falou-me da teoria do decrescimento, conceito que desconhecia. No dia seguinte, estava a ler este livro. Foi o que me apresentou a este pensamento. De certa forma, foi um choque. Por perceber que, seguindo o caminho actual, o mundo talvez entre em colapso (ok, eu já sabia, mas… lol) e por nunca ter ouvido falar disto antes. Não que me tenha transformado numa activista pró decrescimento, mas por ter visto muito mais coisas que considero certas nesta teoria do que no crescimento económico infinito. Não pode haver crescimento infinito, num planeta finito.

Entre o primeiro e o último livro da lista, talvez tenham passado 7/8 anos, por isso, nesta fase da minha vida, provavelmente não teriam tido o mesmo impacto. De qualquer forma, acho interessante partilhar, pois fazem parte do meu “percurso”.

Como podes ver, tenho (ou temos) tendência a ler livros na mesma linha de pensamento, o que, em parte, é limitador. Nesta lista, sem dúvida que o que mais se desenquadra é o livro do Jeffrey Sachs, mas talvez seja dos livros que mais gostei (na altura) pois é um desafio às minhas crenças. Na altura, foi muito importante ter conhecido a “outra” perspetiva.

Isto não é uma lista de livros que recomendo sobre sustentabilidade.Essa ficará para outro artigo.

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